Recebo frequentemente pacientes no consultório com a seguinte dúvida: qual exame detecta artrose no quadril?
Esta é uma pergunta fundamental, pois o diagnóstico precoce e preciso da artrose é essencial para iniciar o tratamento adequado e preservar a qualidade de vida.
A artrose de quadril, também conhecida como osteoartrite, é uma condição degenerativa que afeta a cartilagem articular, causando dor, rigidez e limitação de movimentos.
Em minha experiência profissional como ortopedista especialista em quadril em Goiânia, observo que muitos pacientes demoram a buscar ajuda médica por não saberem identificar os sintomas iniciais ou desconhecerem os exames necessários.
Neste artigo, vou explicar detalhadamente os principais exames utilizados para detectar artrose no quadril, suas indicações e como interpretar seus resultados.
Qual exame detecta artrose no quadril?
Em minha prática clínica, o principal exame que detecta artrose no quadril costuma ser a radiografia (Raio-X). Tento iniciar a avaliação com o Raio-X por ser acessível e rápido.
Quando a radiografia não traz clareza ou quando desejo avaliar tecidos moles, lanço mão da ressonância magnética.
Uso a tomografia computadorizada em contextos específicos, principalmente se preciso avaliar a parte óssea de maneira mais detalhada.
Porém, percebo que o Raio-X e a ressonância acabam resolvendo a maior parte dos casos iniciais.
Radiografia: o primeiro passo diagnóstico
A radiografia simples é geralmente o primeiro exame que solicito quando suspeito de artrose no quadril. Este exame permite visualizar:
- Estreitamento do espaço articular
- Formação de osteófitos (bicos de papagaio)
- Esclerose subcondral
- Cistos subcondrais
- Deformidades da cabeça femoral
Costumo solicitar radiografias em diferentes incidências (ântero-posterior, perfil e oblíquas) para uma avaliação mais completa da articulação.
A radiografia é um exame acessível, rápido e que fornece informações valiosas para o diagnóstico inicial.
Tomografia computadorizada (TC)
A tomografia computadorizada oferece imagens tridimensionais detalhadas da articulação do quadril. Como especialista, recomendo este exame quando:
- É necessário avaliar com maior precisão a extensão do dano articular;
- Existem deformidades ósseas complexas;
- Há suspeita de fragmentos livres na articulação;
- O planejamento cirúrgico requer detalhes anatômicos precisos.
A TC é particularmente útil para visualizar alterações ósseas, mas tem limitações na visualização de tecidos moles como cartilagem e ligamentos.
Outros exames complementares importantes
Além dos exames principais, utilizo diversos métodos complementares que auxiliam no diagnóstico preciso da artrose ou na exclusão de outras condições:
Artroscopia diagnóstica
Em situações onde os exames de imagem não são conclusivos, a artroscopia pode ser tanto diagnóstica quanto terapêutica, permitindo visualizar diretamente a cartilagem articular.
Exames de sangue
Solicito frequentemente para descartar outras causas de dor e inflamação articular, como artrite reumatoide ou gota.
Ultrassonografia
Particularmente útil para avaliar problemas nos tecidos moles ao redor do quadril e para casos pediátricos. Também a utilizo para guiar infiltrações terapêuticas.
Cintilografia óssea
Recomendo quando preciso detectar processos inflamatórios ativos, infecções ósseas ou tumores que podem mimetizar sintomas de artrose.
Artrografia
Em casos selecionados, indico este procedimento que envolve a injeção de contraste na articulação para melhor visualização de estruturas internas, especialmente rupturas do labrum acetabular.
Angiografia por Ressonância Magnética
Reservo este exame para casos específicos onde preciso avaliar a circulação sanguínea no quadril, como na osteonecrose da cabeça femoral.
Diagnóstico e avaliação funcional
Como ortopedista, não baseio meu diagnóstico apenas em exames de imagem. Realizo também:
- Avaliação clínica detalhada
- Testes específicos de mobilidade
- Questionários de avaliação funcional
- Teste de impacto femoroacetabular
- Avaliação da marcha
O diagnóstico completo considera tanto os achados de imagem quanto a avaliação clínica, permitindo um tratamento mais personalizado.
Quando indicar cada exame?
Baseado em minha experiência clínica, sigo estas diretrizes:
- Pacientes com sintomas iniciais: radiografia simples e, se necessário, ressonância magnética;
- Dor crônica com radiografia normal: ressonância magnética para detectar lesões precoces;
- Planejamento cirúrgico: tomografia computadorizada e ressonância magnética;
- Monitoramento da evolução: radiografias seriadas;
- Suspeita de inflamação aguda: ultrassonografia para visualizar derrame articular.
Conclusão
Como especialista em cirurgia de quadril, posso afirmar que não existe um único exame que detecta completamente a artrose no quadril.
O diagnóstico preciso requer uma combinação de exames de imagem, avaliação clínica cuidadosa e, em alguns casos, exames laboratoriais.
A escolha do exame mais adequado depende de diversos fatores, como a idade do paciente, a fase da doença, os sintomas apresentados e a disponibilidade de recursos.
O importante é buscar atendimento especializado aos primeiros sinais de dor ou limitação no quadril, possibilitando o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
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