O retorno ao esporte após cirurgia de quadril exige um plano claro, critérios objetivos e boa comunicação entre cirurgião, fisioterapeuta e atleta.
Neste guia, você encontra linhas do tempo realistas, testes para liberação, exemplos de treinos e sinais de alerta para voltar com segurança e manter o desempenho.
Cirurgias mais comuns e impacto no retorno
Antes de falar sobre o retorno ao esporte após cirurgia de quadril, é importante entender as cirurgias mais comuns e seu impacto no retorno:
Artroscopia do quadril
Indicada em impacto femoroacetabular, lesões do labrum e sinovites.
Geralmente permite progressão de carga precoce e retorno gradativo a atividades de baixo impacto nas primeiras semanas, seguindo metas de dor controlada, mobilidade e força.
Osteotomias e procedimentos de preservação
Realinhamentos ósseos exigem proteção de carga por mais tempo. O retorno ao esporte depende de consolidação e controle de movimento sem compensações.
Artroplastia de quadril
Foco em função, marcha e estabilidade. Retorno a esportes de baixo impacto é esperado com planejamento.
Modalidades de contato e salto podem exigir avaliação criteriosa e objetivos ajustados.
Fases da reabilitação e metas claras
- Fase 1 – 0 a 2 semanas: controle de dor e edema, proteção de tecidos e treino de marcha com apoio. Metas: dor abaixo de 3 em 10 no repouso, incisão íntegra, ativação do glúteo médio e transverso do abdome.
- Fase 2 – 2 a 6 semanas: ganho de mobilidade segura, correção de padrões de marcha e força inicial. Metas: extensão neutra do quadril sem dor, agachamento parcial sem desvio, subida de escada com controle.
- Fase 3 – 6 a 12 semanas: reforço global, propriocepção e condicionamento. Metas: teste de ponte unilateral estável por 30 segundos, agachamento a 70 graus sem dor, salto bipodal baixo com pouso controlado.
- Fase 4 – 3 a 6 meses: transição esportiva com gestos específicos. Metas: simetria de força acima de 90 por cento, corrida leve em esteira sem dor por 20 a 30 minutos, mudança de direção em baixa velocidade com controle pélvico.
- Fase 5 – 6 a 12 meses: retorno competitivo. Metas: bateria de testes funcionais aprovada, reintrodução progressiva de treinos táticos e jogos reduzidos sem aumento de sintomas no dia seguinte.
Retorno ao esporte após cirurgia de quadril: critérios objetivos para liberação
O retorno ao esporte após cirurgia de quadril leva em conta os seguintes critérios:
- Sem dor ou edema de rebote nas 24 horas após treinos.
- Mobilidade funcional sem compensações.
- Força de abdutores e extensores próxima de 90 a 100% do lado não operado.
- Testes de salto e mudança de direção com controle de tronco e pelve.
- Marcha e corrida sem claudicação.
Erros comuns que atrasam o retorno
Vale ficar atento a erros que podem comprometer o retorno ao esporte depois da cirurgia de quadril:
- Pular fases da reabilitação.
- Aumentar volume e intensidade ao mesmo tempo.
- Ignorar dor ou rigidez no dia seguinte.
- Negligenciar fortalecimento de glúteos e core.
- Treinar gesto esportivo com controle pélvico insuficiente.
- Reduzir o sono e a nutrição em fases de carga maior.
Sinais de alerta que pedem revisão
Caso você observe dor que piora à noite, estalos dolorosos com travamento, inchaço persistente, perda de força repentina, febre ou secreção na incisão, agende sua consulta para avaliar de perto o quadro e ajustar o plano.
FAQs
Qual é o tempo médio de retorno ao esporte após cirurgia de quadril?
Depende do procedimento e dos critérios alcançados. Em artroscopia, muitos atletas retomam treino específico entre 4 e 6 meses. Em osteotomias, a janela costuma ir de 6 a 9 meses. Em artroplastia, as metas focam esportes de baixo impacto com liberação caso a caso.
Posso correr após artroscopia do quadril?
Sim, com progressão. A corrida leve costuma iniciar após força e controle pélvico adequados, geralmente a partir de 10 a 14 semanas, sempre observando a resposta nas 24 horas seguintes.
Quais testes definem a liberação para jogo?
Força simétrica de quadril, salto e aterrissagem com controle, agilidade com mudanças de direção sem desvios e tolerância a sessões simuladas sem dor de rebote. A decisão combina testes e metas individuais.
O que fazer se a dor voltar na fase de retorno?
Reduza volume por alguns dias, mantenha mobilidade leve, reforce glúteos e core, aplique gelo por 15 a 20 minutos e reporte à equipe para ajustes no plano.
Existe um plano preventivo após a alta?
Sim. Inclua força de abdutores e extensores, controle de tronco, mobilidade de flexores e rotadores, drills de aterrissagem e mudanças de direção, além de gestão de carga semanal.
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